
Você acorda no Inferno . . . não há descanso, nem julgamento, só uma arena. À sua frente, criaturas saídas de um pesadelo eterno e atrás, o eco de gritos que parecem tão seus quanto de quem veio antes. A plateia? Senhores(as) demoníacos(as) com sede de caos e violência grátis!
É nesse espetáculo sangrento que Hellbreak te coloca como um atirador frenético, onde sua única saída é lutar com tudo o que conseguir carregar, seja munição, feitiço ou maldição. Cada passo é mais um momento de sobrevivência, cada segundo é uma escolha entre ser adorado pelos deuses do submundo ou se tornar apenas mais uma alma esquecida no chão carbonizado da arena.
Antes de seguir, conheça o palco do massacre onde a sobrevivência exige mais do que mira certeira!
Proposta e Ambientação
Hellbreak não tenta reinventar o inferno, ele o estiliza. Ao invés de uma descida simbólica pelos pecados da alma, o jogo te entrega direto no centro de uma arena ritualística, onde demônios imensos julgam o seu valor com base em um festival de tiros, feitiços e carnificina.
Você assume o papel de um soldado das guerras humanas, um espírito em dívida, lançado num espetáculo macabro, onde cada nova tentativa é uma roleta cruel de sobrevivência. A ambientação não finge ser sutil, é brutal, vermelha, cheia de energia caótica e efeitos visuais que lembram os excessos gloriosos de arcades infernais.
O charme da proposta está em tratar o inferno como um game show sombrio, onde as regras mudam a cada rodada. Não há narrativa convencional aqui, o que guia a jornada é o impacto sensorial e o desejo de fazer mais pontos, com mais estilo, e agradar aos “deuses da carnificina”.
Visualmente, a direção de arte aposta numa estética entre o grotesco estilizado e o metal fantasiático, com direito a runas incandescentes, arenas quebradas flutuando em abismos e um design de HUD que remete a uma mistura de DOOM clássico com Hades.
Combate e Jogabilidade
O coração de Hellbreak é o combate intenso, acelerado e impiedoso como uma máquina de destruição alimentada por reflexo, adaptação e um certo grau de caos controlado. A jogabilidade é simples e objetiva — você entra, atira, sobrevive e tenta impressionar os senhores demoníacos o suficiente para receber seus favores.
Logo nas primeiras runs, o jogo entrega uma sensação sólida de impacto, onde as armas têm peso, os feitiços respondem bem e o movimento do personagem é ágil o bastante para te manter vivo . . . até certo ponto. Há uma cadência clara entre atacar, esquivar, conjurar e correr, que lembra clássicos do frenesi como Ultrakill ou Boomer Shooters, mas com tempero mágico único na mistura.
O arsenal inicial oferece variedade suficiente para experimentar estilos de jogo bem diferentes, desde espingardas de curto alcance até metralhadoras com munição infernal. Mas, o verdadeiro diferencial mesmo está nos feitiços e, é aqui que o jogo começa a mostrar sua personalidade.
Você pode invocar círculos flamejantes, lançar projéteis místicos ou se transformar em uma forma espectral temporária. Essas habilidades são mais do que truques visuais, elas moldam o combate e criam momentos genuinamente divertidos e imprevisíveis.
A sinergia entre magia e fogo cruzado tem potencial para crescer ainda mais com ajustes de balanceamento ao longo do acesso antecipado.
Outro ponto que merece atenção é o ritmo do combate, que às vezes ultrapassa o que o cenário consegue sustentar. Em algumas arenas, os inimigos se acumulam de forma um pouco desorganizada, e o design de ondas pode parecer caótico demais nos momentos iniciais.
Nada que não possa ser polido e, na verdade, é o tipo de aspecto que o Early Access existe para ajustar com feedback da comunidade.
Sistema de Progressão
Hellbreak aposta pesado na variedade e acerta em cheio quando o assunto é evolução entre partidas. A cada nova tentativa, o jogo apresenta uma combinação única de bênçãos, feitiços, armas e maldições, criando uma lógica de progressão que mais parece um pacto com o imprevisível.
O sistema de bênçãos é, desde já, um dos destaques do jogo com mais de 150 modificadores possíveis, distribuídos de forma aleatória ou concedidos como recompensa pelo favor dos senhores demoníacos. Algumas dessas bênçãos alteram estatísticas básicas, como velocidade de movimento ou tempo de recarga, já outras mudam completamente seu estilo de jogo, como feitiços que ricocheteiam ou buffs temporários ao matar um inimigo.
Esse tipo de variedade permite que o jogador molde cada run com uma “build” infernal improvisada, onde o aprendizado sobre sinergias se transforma em vantagem prática. O mesmo vale para as maldições, que não são apenas debuffs, mas peças estratégicas, onde algumas delas impõem riscos altos em troca de bônus massivos, convidando o jogador a abraçar o caos por recompensas maiores.
O que torna esse sistema instigante é a forma como ele se relaciona com o favor dos Lords demoníacos. Jogar bem, com estilo, velocidade e ousadia, atrai mais atenção dessas entidades, o que resulta em melhores recompensas e opções mais poderosas no início da próxima tentativa.
A sensação é de que você está sendo avaliado constantemente por olhos sobrenaturais, e isso injeta uma tensão deliciosa a cada decisão tomada.
Claro, como estamos falando de uma versão Early Access, ainda existem ajustes a serem feitos. Algumas bênçãos parecem desbalanceadas demais, enquanto outras aparecem com frequência baixa demais para serem exploradas no ritmo ideal — mas a base já está firmemente plantada e é promissora.
Desafios e Inimigos
Desde os primeiros minutos, Hellbreak deixa claro que, sobreviver aqui não é sobre limpar arenas, é também sobre sobreviver a todas elas.
As ondas de inimigos vêm com fúria, variedade e um nível de agressividade que exige atenção plena, especialmente quando a arena começa a se encher de explosões, feitiços cruzados e armadilhas visuais.
Os inimigos básicos são suficientemente distintos entre si, havendo demônios saltadores, entidades flutuantes que conjuram de longe, brutos que correm em linha reta e te forçam a se mover o tempo inteiro. Nada muito revolucionário até aqui, mas o comportamento deles em grupo é o que gera todo o caos e a adrenalina.
Quando essas unidades começam a se sobrepor em quantidade, velocidade e posicionamento, somos empurrados para uma batalha tensa entre atacar, recuar e improvisar com o que estiver disponível. É nesse ponto que o uso criativo dos feitiços e do cenário se torna crucial, pois os espaços são limitados, e o posicionamento ruim pode acabar com uma run promissora em segundos.
Mas, é nos chefes que Hellbreak revela seu lado mais teatral e significativamente desafiador.
Cada um dos Lords demoníacos traz padrões únicos de ataque, visuais marcantes e mudanças bruscas na dinâmica da arena. São momentos que quebram o ritmo linear das ondas anteriores e exigem leitura rápida dos movimentos, além de bom controle de recursos.
Eles não são apenas “inimigos maiores”, mas entidades conscientes do espetáculo, e lutam com a arrogância de quem sabe que está no topo da cadeia.
Há espaço para crescimento aqui, por exemplo, alguns comportamentos inimigos ainda parecem escriptados demais, e certas arenas menores comprometem a leitura visual dos ataques mais complexos. Porém, considerando que ainda estamos no Early Access, o nível de desafio já cumpre bem seu papel e tem margem de sobra para se expandir com refinamento e criatividade.
Early Access e seu Potencial
No estado atual, Hellbreak já entrega o que promete com uma arena caótica, combates rápidos e um sistema de progressão que estimula a rejogabilidade. Para um jogo em Early Access, isso é valioso, principalmente quando o loop central funciona bem e convida à melhoria a cada tentativa.
A Double Barrel Games acertou ao lançar uma base sólida, com variedade de “builds”, chefes marcantes e um estilo visual que não tenta parecer realista, mas sim intenso e estilizado. Ainda há arestas a aparar, especialmente no balanceamento de bênçãos, ritmo de ondas e no level design de algumas arenas mais claustrofóbicas, mas nenhuma dessas questões compromete a experiência como um todo.
O mais importante é que, Hellbreak já tem identidade própria, ele não vive na sombra de DOOM, nem tenta copiar o apelo mitológico de Hades. Ele flerta com esses universos, mas escolhe ser algo entre um “esporte infernal” e um roguelite arcadiano de alto risco e recompensa.
Com atualizações regulares e o feedback da comunidade, o jogo tem potencial para se destacar em um mercado lotado de shooters genéricos.
Conclusão
Hellbreak pode até começar como mais um roguelite com fogo, feitiços e tiroteios insanos, mas bastam algumas partidas para perceber que ele tem mais a oferecer.
O inferno aqui não é um lugar de punição passiva, é o nosso palco, e nós, como protagonistas, precisamos entreter, lutar e se superar com cada respawn.
Se você curte jogos que te jogam direto no caos, com liberdade para experimentar e exigência de habilidade real, vale a pena encarar o desafio. Não há descanso no submundo, mas há glória para quem sobrevive a ele.
Para mais informações, siga nossas Redes Sociais ou visite o Site Oficial de Hellbreak!
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- Primeiras Impressões
- 20 de junho de 2025