
Se existe um lugar onde o impossível encontra um teto e paredes, ele atende pelo nome Oldest House, um prédio que respira, se move e engole aqueles que ousam tentar controlá-lo. É dentro dessas paredes vivas que a Federal Bureau of Control tenta conter tudo aquilo que nossa realidade não consegue explicar e, é aqui que FBC: Firebreak nos lança outra vez.
Firebreak não é só uma porta aberta, é uma fratura que transborda o caos e segredos sobrenaturais. Entre corredores que mudam de forma, documentos que falam sozinhos e inimigos que desafiam a física, a Agência de Controle testa mais uma vez sua capacidade de manter o anômalo preso, enquanto nós, jogadores, tentamos sobreviver entre ordens quebradas e leis que dobram e desdobram a nossa realidade.
Nem tudo nessa missão é explicado, muito menos contido. Mas, antes de decidir se vale atravessar essa brecha, deixe-se engolir pelo que se move nas sombras desta estrutura impossível, com o trailer de lançamento.
Explorando Mundos
A Remedy Entertainment não é estranha a portas trancadas que ninguém deveria abrir. Desde que lançou Control, em 2019, a desenvolvedora finlandesa vem costurando um universo onde mistério, paranaturalidade e narrativas fragmentadas se cruzam, o Remedy Connected Universe (RCU), que também abarca Alan Wake.
FBC: Firebreak surge como um desdobramento direto desse legado. Não é uma continuação tradicional, mas uma incursão independente dentro da Oldest House, focada em áreas até então inexploradas, como zonas de contenção instáveis, anomalias novas e uma nova ameaça que testa a resiliência do Federal Bureau of Control.
Com Firebreak, a Remedy sinaliza que não vai largar tão cedo o território que conquistou entre ação, sobrenatural e narrativas que desafiam o jogador a montar o quebra-cabeça. Em um momento em que o estúdio expande o “RCU” e costura ganchos entre suas franquias, esta nova brecha promete manter viva a pergunta que ninguém no Bureau ousa responder: até onde é possível controlar o incontrolável?
Entre Portas e Anomalias — O Que Vimos no Firebreak
Nenhuma porta dentro da Oldest House se abre por acaso, e FBC: Firebreak é a prova viva disso.
Logo nos primeiros minutos, a sensação é a mesma de Control. Cada corredor parece respirar junto com a nossa ansiedade, é impossível não sentir aquele arrepio quando as luzes piscam, os arquivos tremem e uma voz sussurra inesperadamente nos nossos ouvidos.
A primeira incursão pelo Setor Firebreak mostra o que a Remedy mais faz de melhor, entregando momentos em que a ação explode do nada, mas a paranoia continua presente. Um simples elevador vira um ritual de tensão e, é seguindo nesse contraste que o jogo mais ganha força.
A promessa de contenção rapidamente desmorona quando uma anomalia escapa do confinamento. Basta um deslize pra transformar um corredor seguro em um labirinto infernal, com inimigos que surgem de rachaduras vivas na parede.
É ali que Firebreak revelou a sua verdadeira face — você não enfrenta só monstros, mas a própria Casa.
Mesmo nos momentos em que a ação se torna repetitiva, e sim, acontece, é difícil ignorar como o clima segura o jogador. Cada combate parece dizer: “Você pode lutar, mas nunca vai conseguir controlar totalmente o caos.”
No fim das contas, entre munição, sustos e portas que se fecham atrás da gente, fica claro que Firebreak não é só mais um corredor da Oldest House, é uma lembrança de que algumas paredes deveriam ficar trancadas — mas ainda assim, a gente insiste em abrir.
Protocolos de Contenção — O Jogo na Prática
Quando a Agência abre uma brecha, não basta ter coragem, é preciso seguir protocolos de contenção que testam cada decisão do jogador. Firebreak cria missões que surgem como ordens diretas para conter, isolar ou neutralizar anomalias antes que devorem corredores inteiros.
A gameplay equilibra ação e estratégia com armas personalizáveis e poderes paranaturais, como a telecinese que transforma escombros em projéteis, que dão ao jogador a sensação de que tudo pode ser uma arma ou um escudo. A cada setor, o desafio cresce e você precisa proteger uma sala vital, rastrear um objeto amaldiçoado ou sobreviver a surtos de criaturas que distorcem as leis da física.
Apesar das promessas de variedade, o loop revela limitações com missões que repetem estrutura, com variações leves de inimigos e espaços. Para quem gosta de vasculhar cada detalhe, o jogo recompensa com colecionáveis, arquivos confidenciais e pistas que expandem o lore, mas quem espera uma contenção sem repetição pode se frustrar.
No fim, são esses protocolos — falhos ou não — que mantêm o Bureau funcionando e, cabe a nós, agentes temporários, decidir até onde seguimos as regras ou deixamos a Casa decidir por nós.
Além disso, Firebreak foi concebido como uma operação que só faz sentido em equipe, não existe backup de IA, quem quiser conter o caos precisa se juntar a mais dois agentes reais. O modo cooperativo online funciona como um canal direto entre plataformas (PC, PS5 e Xbox Series X/S) que, compartilham a mesma brecha, o que facilita encontrar parceiros para cada missão.
Mas, nem tudo é tão controlado quanto o Bureau gostaria, a comunicação depende de coordenação externa e o matchmaking público pode se tornar tão imprevisível quanto as próprias anomalias. Quem não gosta de depender de time pode sentir na pele o que é encarar uma contenção sem apoio, do jeito mais paranatural possível.
Sala de Contenção — O Que Funciona e O Que Escapa
Se Firebreak é uma tentativa de conter o caos, a parte técnica é o cofre e, como toda boa instalação paranormal, ele tem suas falhas. No que funciona, a Remedy continua impecável em criar ambientes que respiram atmosfera opressora e sensível.
O design dos corredores, o jogo de luz e sombra e a trilha sonora que costura tensão e silêncio transformam cada setor em uma armadilha viva. Jogar de fone é quase obrigatório, já que cada rangido ou eco distante faz parte da experiência.
Em termos de desempenho, Firebreak mostra uma base sólida. Em máquinas mais robustas, o jogo mantém taxa de quadros estável, mesmo em áreas abertas com efeitos de partículas e distorções, mas não espere milagres — em setups medianos, algumas quedas acontecem quando tudo vira explosão e o Bureau mostra suas rachaduras digitais.
O level design é esperto na forma como engana o jogador, com passagens que parecem repetidas acabam se revelando diferentes em detalhes sutis, reforçando o clima de labirinto vivo. Mas, nem tudo se sustenta assim, a IA inimiga, por exemplo, ainda comete velhos pecados em momentos cruciais, que monstros param em corredores, travam em obstáculos ou insistem em rotas sem sentido.
E se o combate garante bons sustos, ele também sofre da mesmice. Passada a empolgação inicial, fica claro que alguns encontros se repetem demais, como se a Agência de Controle reciclasse monstros em loop.
No fim das contas, Firebreak entrega um pacote técnico competente, que brilha onde a Remedy sabe brilhar, mas deixa escapar bugs e escolhas preguiçosas que racham um pouco da ilusão de contenção total.
Contenção Total ou Falha na Matrix
FBC: Firebreak entrega uma experiência imersiva dentro do universo Control, expandindo o lore com novas ameaças e desafios que testam os limites da Agência de Controle. O jogo equilibra momentos de tensão e ação frenética com uma atmosfera que prende o jogador do começo ao fim.
No entanto, apesar do empenho da Remedy em criar um cenário denso e envolvente, o título enfrenta problemas que não podem ser ignorados: a repetição de inimigos, algumas falhas técnicas e uma IA que por vezes se mostra limitada comprometem a fluidez da experiência.
Ainda assim, a força do design de ambientes e a ambientação sonora elevam o jogo a um patamar que só a Remedy sabe entregar.
Para jogadores que buscam uma narrativa rica, tensão constante e um universo sobrenatural desafiador, Firebreak oferece uma incursão que vale a pena. Já quem espera um gameplay renovado e livre de repetição pode encontrar limitações.
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- Games
- 2 de julho de 2025
- 7.5Total Score
FBC: Firebreak expande o universo Control com uma ambientação envolvente e desafios interessantes, mas tropeça em repetição e problemas técnicos que diminuem a experiência. Ainda assim, é uma incursão valiosa para fãs do universo Remedy e jogadores em busca de ação com atmosfera única.