
The Good Old Days começa como uma lembrança dos velhos tempos, com aquela atmosfera de aventura juvenil que mistura curiosidade, coragem e um senso constante de urgência. A cidade fictícia de Arostia parece comum à primeira vista, mas suas ruas escondem caminhos subterrâneos, criaturas estranhas e segredos que só revelam suas intenções quando o jogador se arrisca a explorá-los.
É nesse cenário que Sean embarca em uma jornada que transforma um simples acerto de contas em algo maior, uma busca que mistura amadurecimento, perigo e descobertas inesperadas.
O jogo é um metroidvania 2D com foco na progressão por exploração e retorno a áreas anteriores, desenvolvido pelo estúdio japonês Yokogosystems e publicado pela Gravity. Chega com apelo para quem cresceu com jogos de ação e plataforma dos anos 90, trazendo sistemas simples e diretos que priorizam mobilidade, novos poderes e avanços graduais pelo mapa. A experiência está disponível no PC e consoles, oferecendo uma aventura leve em duração, mas firme em identidade.
A história começa quando Sean decide viajar até Arostia para pagar a dívida deixada por seu pai, mas o protagonista é pego de surpresa com a notícia de que seu três amigos estão presos no subsolo, e seus sequestradores não vão facilitar as coisas.
Para cumprir o objetivo, o jogador precisa encarar inimigos cada vez mais fortes, liberar novas rotas e administrar o pouco tempo disponível, o que coloca o início da campanha como o primeiro passo de uma corrida que exige atenção e estratégia.
História e Enredo — Uma Jornada Movida por Dívidas e Amizade
A narrativa de The Good Old Days abraça uma simplicidade intencional que funciona bem dentro da proposta, onde Sean parte para Arostia movido por um objetivo simples, quase inocente, que humaniza o protagonista sem recorrer a exageros dramáticos.
Ele quer pagar a dívida que o pai deixou para trás e, ao mesmo tempo, resgatar os três amigos capturados, o que nos coloca diante de uma motivação clara desde o primeiro minuto. Essa transparência narrativa combina com a estética nostálgica do jogo e ajuda a estabelecer uma conexão rápida entre personagem e jogador.
A cidade, embora pequena, se apresenta como um espaço vivo com camadas que vão se revelando conforme novas habilidades são conquistadas. A progressão cria uma sensação de descoberta gradual que remete à estrutura clássica dos metroidvanias, mas com uma pegada mais leve, quase como um jogo de férias que carrega memórias de infância.
O ritmo é calmo, sem desvios longos ou tramas paralelas extensas, e essa escolha dá foco total à missão principal sem comprometer a imersão.
Mesmo sem aprofundar em grandes arcos dramáticos, o jogo reforça bem a ideia de urgência, destacando o tempo como um inimigo narrativo constante, lembrando o jogador de que cada passo importa para libertar os amigos e honrar a dívida familiar. Essa combinação entre simplicidade, nostalgia e tensão cria um enredo fácil de acompanhar, mas que mantém o interesse de quem gosta de histórias mais objetivas dentro do gênero.
Gameplay — Exploração Apressada em Território Familiar
A gameplay de The Good Old Days aposta em uma estrutura clássica que funciona bem para quem aprecia metroidvanias que são objetivos, indo direto ao ponto.
Arostia se revela aos poucos com rotas que se interligam, portas bloqueadas, atalhos recém-descobertos e áreas que só podem ser acessadas após conquistar novas habilidades. Essa lógica mantém o jogador em movimento constante e cria uma sensação natural de progresso, mesmo quando é preciso retornar a regiões já visitadas.
Sean começa limitado, mas as habilidades conquistadas ao longo da jornada mudam completamente a forma como o mapa é explorado.
Saltos mais longos, ataques mais eficientes e acessos a zonas subterrâneas transformam a percepção do espaço e estimulam a curiosidade. A jogabilidade é responsiva, com controles simples que facilitam a adaptação de novos jogadores sem deixar de oferecer desafios para quem procura algo mais técnico.
A curva de dificuldade é equilibrada e dialoga bem com o público de metroidvanias que preferem uma experiência mais leve, mas sem remover os desafios que estimulam o sentimento de exploração e descoberta.
Os inimigos seguem padrões claros e os confrontos contra chefes funcionam como quebras de ritmo que exigem atenção e leitura de movimentos, mantendo a sensação de progressão sem frustração exagerada. E o elemento de pressão do tempo adiciona uma camada estratégica interessante à aventura, pois a administração do avanço se torna parte essencial da nossa experiência.
Como um todo, o conjunto funciona de forma fluída e orgânica, onde The Good Old Days não tenta reinventar o gênero, mas utiliza suas bases com respeito e eficiência, para cumprir o que promete e entrega uma aventura nostálgica que conversa diretamente com quem cresceu jogando titles semelhantes.
Audiovisual — As Cores que dão vida a Nostalgia
The Good Old Days abraça uma estética que remete aos jogos de ação e exploração que marcaram a transição entre o retrô e o moderno, com uma paleta de cores vibrante, mas nunca exagerada, criando ambientes que passam a sensação de infância aventureira.
Arostia mistura ruas pacatas com áreas subterrâneas mais densas, e essa variação visual ajuda a dar identidade às regiões sem quebrar o ritmo da exploração. Cada área é carregada de pequenas histórias, detalhes que lembram os tais bons e velhos tempos que o próprio título sugere.
Os sprites têm boa legibilidade e ajudam o jogador a entender o que está acontecendo na tela mesmo quando a ação acelera. Os inimigos seguem designs simples, mas funcionais, cumprindo bem o papel de reforçar a atmosfera leve do jogo.
A direção artística não tenta impressionar com complexidade, ela escolhe a via segura da clareza e da nostalgia, algo que combina com a proposta.
A trilha sonora reforça essa sensação com temas que lembram produções japonesas de aventura dos anos 90, com melodias curtas e ritmadas que acompanham o avanço de Sean por Arostia. Os efeitos sonoros são igualmente diretos, com impacto suficiente para sustentar a ação sem roubar a atenção do resto da experiência.
Em performance, o jogo entrega estabilidade na maior parte do tempo, com animações que fluem bem, sem quedas de desempenho que comprometam a jogabilidade, e a navegação pelos cenários acontece de forma natural. Pequenos bugs visuais podem aparecer ocasionalmente, algo comum em jogos independentes, mas nada que interrompa a experiência ou prejudique o progresso do jogador.
Por Dentro do Jogo — Uma Nostalgia que sabe onde quer Chegar
The Good Old Days entrega exatamente o que promete e faz isso com uma segurança que até surpreende.
A proposta não tenta reinventar o metroidvania, mas abraça o clássico com personalidade, mantendo um ritmo agradável, uma estrutura de exploração que funciona e a sensação de urgência que dá ao jogo um diferencial leve, porém eficaz. O mundo simples e descomplicado cria um vínculo rápido com o jogador, e essa conexão sustenta toda a jornada de Sean por Arostia.
O que funciona melhor é a clareza do jogo, que não tenta disfarçar suas intenções com camadas desnecessárias e isso, dentro do gênero, é um exemplo que outros títulos poderiam seguir, em vez de complicar ainda mais a vida dos jogadores, incluindo complexidade onde não há necessidade ou propósito.
A jogabilidade é estável, os controles respondem bem e a direção artística oferece uma nostalgia que não depende de referências explícitas. A atmosfera caminha entre o aconchego e a tensão leve, uma combinação que conversa com quem cresceu nesse estilo de jogo.
Por outro lado, a simplicidade também tem um preço por não apresentar grandes momentos marcantes ou mecânicas que realmente se destaquem da concorrência.
As batalhas contra chefes cumprem bem o papel, mas não chegam a ser memoráveis, e o enredo, mesmo competente, poderia aprofundar mais as motivações do mundo e dos personagens. O sistema de tempo acrescenta tensão, mas fica abaixo de seu potencial e poderia influenciar mais fortemente a estratégia.
Ainda assim, The Good Old Days se mantém firme dentro de sua proposta, ciente de quem é, para quem fala e qual experiência quer entregar. Isso o torna uma escolha honesta e agradável para quem busca uma aventura compacta, nostálgica e de progressão clara, que entrega uma experiência que respeita tanto o jogador quanto o gênero.
Nossa Conclusão — Uma Aventura Simples Que Cumpre o Que Promete
The Good Old Days entrega uma experiência agradável que combina nostalgia, exploração e um senso de urgência que nos mantém engajados até o fim.
A progressão é clara, os controles respondem bem e a jornada de Sean funciona dentro do que o jogo se propõe. A atmosfera leve e o apelo retrô constroem uma aventura acessível que pode não surpreender quem busca inovações profundas, mas que satisfaz plenamente quem quer apenas reviver a sensação dos jogos dos anos 90 em uma estrutura moderna.
Seus pontos fortes se destacam ao entregar gameplay, visual e ritmo coerentes com a proposta, que trabalham juntos para criar uma experiência fluida e agradável.
O jogo perde impacto quando comparado a títulos mais ambiciosos do gênero, já que não apresenta mecânicas realmente marcantes ou confrontos que fiquem gravados na memória, porém compensa ao manter estabilidade, identidade visual charmosa e uma narrativa objetiva que dificilmente se perde.
É uma aventura indicada para jogadores que gostam de metroidvanias mais leves, com foco em exploração e progressão gradual, sem camadas complexas de sistemas. Também funciona bem para quem busca uma jornada curta e nostálgica com personalidade.
Para o público que aprecia experiências simples, acessíveis e com charme retrô, sim, vale a pena, especialmente pela forma honesta como o jogo entrega exatamente o que promete.
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- Games
- 14 de novembro de 2025
- 7.5Total Score
The Good Old Days entrega uma aventura nostálgica que aposta em simplicidade, boa fluidez e exploração clássica.
A jornada de Sean funciona bem dentro da proposta e mantém o ritmo com leve urgência. Apesar de não apresentar grandes inovações ou momentos memoráveis, oferece uma experiência honesta, divertida e acessível para quem gosta de metroidvanias leves.



















