Shadow Labyrinth é o Pac-Man sombrio que você não Esperava

Um mundo esquecido sob a luz tênue de uma inteligência artificial opressora, onde uma criatura solitária rasteja pelos labirintos do planeta devastado, ainda tentando cumprir uma missão que fracassou décadas atrás.

Você é o Swordsman No.8 invocado por PUCK, uma entidade que já perdeu tudo, menos a esperança.

Assim começa a jornada em Shadow Labyrinth, o novo título da Bandai Namco que resgata e reinventa legados como PAC-MAN, Bosconian e Splatterhouse em uma experiência densa, atmosférica e surpreendentemente melancólica. O preview, liberado exclusivamente para veículos selecionados, nos permitiu explorar três áreas conectadas por ação intensa, exploração vertical e um combate que exige reflexos apurados, leitura de cenário e inteligência tática.

Com visual carregado de personalidade, trilha sonora dramática e um universo com ligações diretas à série United Galaxy Space Force (UGSF), Shadow Labyrinth nos leva para muito além da nostalgia arcade, mergulhamos em um épico sombrio, onde cada passo é uma descoberta, e cada inimigo parece guardar segredos de uma guerra antiga.

As 3 Áreas do Preview – Três Portais para o Desconhecido

O acesso ao preview de Shadow Labyrinth começa com três pontos de salvamento prontos para carregar. Em vez de uma introdução tradicional, somos lançados direto no centro do labirinto, como se acordasse no meio de um pesadelo antigo já em andamento.

Essa escolha narrativa e estrutural dá ritmo imediato à experiência e reforça o tom de mistério e urgência.

Land of the Fugitives

Entre ruínas vivas e criaturas hostis, encontramos o vilarejo dos Bosconians, uma civilização que sobreviveu ao colapso de seu próprio mundo e agora compartilha a ruína com o protagonista. A ambientação é densa, com música melancólica e detalhes visuais que misturam decadência tecnológica e ecos de guerra antiga.

Logo após explorar a vila e conversar com NPCs, o jogo convida a encarar três desafios ramificados: uma sequência de batalhas, uma seção de plataforma com PUCK e um puzzle ambiental. A recompensa, simbólica, inclui uma peça dourada, parte de uma chave que desbloqueia o caminho seguinte, mas o verdadeiro valor está em como o jogo apresenta suas mecânicas de forma orgânica e criativa.

Frontline Base

Essa segunda área funciona como uma continuação natural da anterior. Nesse ponto já estamos mais equipados, e o desafio sobe de nível, onde os combates se tornam mais frenéticos, o design vertical das fases exige domínio de movimentação e, entre saltos e golpes, o labirinto começa a se revelar como uma entidade viva, cheia de armadilhas, atalhos e rotas alternativas.

O destaque vai para a batalha contra um chefe inspirado em PINKY, o clássico fantasma de PAC-MAN. É um momento que combina reverência à nostalgia com um desafio moderno, onde cada erro custa caro, mas cada acerto rende satisfação imediata.

Bosconian Ruins

A terceira e última parte acessível do preview nos levou direto a um confronto brutal. Com mais habilidades liberadas, incluindo novas formas de ataque via ESP e transformações mais avançadas, esta área funciona como um “teste final”.

A Boss Fight é inspirada em Splatterhouse e isso diz muito sobre o tom grotesco, visceral e impactante que o jogo segue. O ritmo se intensifica, e aqui o jogo deixa claro que Shadow Labyrinth não é só sobre referências retrô, é sobre o peso de um legado e o enfrentamento constante da decadência, do medo e da solidão.

Mecânicas e Sistema de Combate – Um Labirinto de Possibilidades

Por trás da ambientação densa e do visual estilizado de Shadow Labyrinth, se destaca um sistema de combate exigente e maleável, que valoriza leitura de cenário, domínio de tempo e adaptação constante. A ação é visceral, mas nunca genérica, cada inimigo testa não só sua habilidade com os controles, como também sua capacidade de entender a essência geral do jogo.

O Essencial — Ataques e Mobilidade

O protagonista, Swordsman No.8, conta com combos simples, mas que ganham profundidade com o uso de habilidades especiais e perks personalizáveis. O pulo, o desvio rápido (quick slide) e a esquiva (dash) são suas ferramentas básicas de sobrevivência, enquanto a parry (deflexão) permite abrir brechas nos inimigos mais resistentes.

Aprender o tempo de cada movimento é essencial, especialmente em combates contra chefes, onde padrões letais se combinam com arenas dinâmicas.

Barra ESP — Poder com Custo

Um dos pilares do sistema é a barra ESP, que alimenta ataques mais potentes, como o ESP Blast, uma lâmina de energia devastadora. A barra recarrega com o tempo, mas abusar dela pode deixá-lo vulnerável.

A gestão desse recurso adiciona um ritmo estratégico ao combate, onde atacar com tudo pode significar ficar indefeso nos momentos mais críticos.

Transformações — PUCK e GAIA

As transformações são momentos de ruptura na estrutura tradicional da gameplay:

  • PUCK, a forma aracnídea e ágil, permite acessar áreas secretas e participar de desafios de plataforma em trilhos, uma espécie de homenagem distorcida ao Pac-Man original, com labirintos e rotas escondidas.
  • GAIA, por outro lado, é puro poder que, oferece um modo de combate onde o personagem se transforma em um mecha invulnerável por tempo limitado. Usá-lo no momento certo pode virar uma luta desesperadora a seu favor, principalmente contra chefes com múltiplas fases ou arenas perigosas.
Devour — Recompensa pelo Risco

Uma mecânica menos óbvia, mas incrivelmente útil, é o Devour, com sua capacidade de consumir inimigos derrotados para obter recursos. Além do ganho estratégico, ela também carrega simbolismo, onde cada vitória é uma absorção de algo que se perdeu, como se o personagem estivesse reconstruindo sua própria identidade com os ecos daqueles que tombaram.

Referências e Universo Expandido – O Labirinto Dentro da Galáxia

À primeira vista, Shadow Labyrinth pode parecer apenas uma reinterpretação sombria de PAC-MAN, com uma camada moderna de combate e ambientação. Mas, na verdade, por trás da estética decadente e da jogabilidade afiada, há uma teia narrativa que conecta décadas de história da Bandai Namco em um universo compartilhado, o UGSF.

UGSF — A Galáxia da Namco que Sempre Existiu

A United Galaxy Space Force é uma linha do tempo oficial que unifica diversos jogos sci-fi da Namco — como Bosconian, Starblade, Dig Dug, Galaga e agora Shadow Labyrinth — em uma cronologia interligada, digna de um “MCU das Galáxias”. Dentro desse contexto, o protagonista e PUCK não são apenas personagens soltos em um mundo arruinado, são peças de uma guerra espacial maior, que já vinha sendo travada em silêncio ao longo de décadas de franquias.

Esse universo narrativo, até então pouco explorado pelo grande público, ganha aqui uma roupagem mais sombria, madura e emocional.

PAC-MAN: Circle – O Prelúdio Secreto

Lançado em 2024 como parte da série Amazon Prime Secret Level, o curta animado PAC-MAN: Circle serviu como prelúdio direto de Shadow Labyrinth, ainda que sem anúncios oficiais. Em apenas sete minutos, o especial transformou o herói clássico em algo trágico e violento, revelando o fracasso do Swordsman No.7 e a frustração de PUCK, que então convoca um novo guerreiro . . . você.

A existência desse prelúdio muda totalmente o peso da história, onde PUCK, que era apenas um guia, agora assume o papel de um sobrevivente marcado pelo fracasso e pela repetição. E você, como o Swordsman No.8, não tem nem voz, literalmente, pois PUCK escolheu criar alguém que não falasse demais – um detalhe narrativo sutil, mas simbólico.

Referências Ocultas e Homenagens Visuais

Ao longo do preview, pudemos notar detalhes que carregam referência direta a:

  • Bosconian – nome da civilização alienígena que abriga o jogador no início da demo
  • Splatterhouse – com um chefe grotesco e brutal nas Bosconian Ruins
  • PAC-MAN – refletido na estética de trilhos, no visual de inimigos como PINKY e na mecânica de PUCK

Essas referências não são apenas fan service, elas compõem o DNA do jogo e moldam uma experiência que ecoa o passado sem se prender a ele.

Impressões Críticas Iniciais – Um Labirinto Promissor Entre Luz e Sombra

Ao final das três áreas disponíveis no preview, a sensação deixada por Shadow Labyrinth é clara: o jogo sabe exatamente o que quer ser — e não está com pressa para te mostrar tudo. Ele prefere envolver aos poucos, construir tensão e cultivar mistério com um design que favorece a exploração cuidadosa e o aprendizado contínuo.

O que Funciona – Identidade Sólida e Estrutura Inteligente

Mesmo dentro de um recorte limitado, Shadow Labyrinth demonstra maturidade em seu ritmo e direção criativa.

O sistema de combate entrega variedade real, sem depender de tutoriais expositivos. Cada nova mecânica (como o PUCK ou a Transformação GAIA) é introduzida organicamente, em cenários que testam seu domínio de forma prática.

A ambientação também merece destaque, ao nos apresentar um mundo sombrio em ruínas, mas jamais sem propósito. Cada ruína parece ter uma história, e cada inimigo transmite algo além do desafio mecânico, eles são resquícios vivos de um passado trágico, que o jogo não revela de imediato, mas faz o jogador sentir pouco a pouco durante a aventura.

O que Intriga – O Silêncio como Ferramenta Narrativa

A ausência de diálogos longos ou cutscenes explícitas pode afastar quem espera um enredo tradicional, mas aqui o silêncio serve como ferramenta de imersão. O fato do protagonista não ter boca é simbólico, mas também funcional, pois o jogador preenche os vazios com sua própria leitura do mundo.

Essa escolha narrativa eleva a experiência para algo mais sensorial e subjetivo.

O que ainda é Incerto – Escopo Completo e Diversidade de Ambientes

Como se trata de um preview com acesso restrito, ainda não é possível saber até onde o jogo pode ir em termos de variedade de biomas, inimigos e mecânicas combinadas. O que vimos é polido e bem construído, mas também concentrado em ruínas e zonas industriais.

Fica a curiosidade (e a esperança) de que o restante da jornada seja tão coeso quanto este primeiro ato.

O Potencial – Mais do que um Revival

Shadow Labyrinth não parece estar interessado em ser apenas um revival com pele moderna, ele quer se posicionar como um novo capítulo na ficção científica da Bandai Namco, reinterpretando ícones do passado com um toque melancólico, quase filosófico, sem abrir mão da intensidade de um bom action platformer.

A Jornada do 8º Guerreiro

Shadow Labyrinth é mais do que um jogo com referências, é uma declaração de intenções sólidas para um futuro promissor.

A Bandai Namco poderia ter seguido pelo caminho mais fácil da nostalgia direta, mas preferiu mergulhar fundo em um universo que conecta décadas de história com uma nova linguagem visual, mecânica e emocional.

Neste preview exclusivo, o que se vê é apenas o primeiro giro da chave que, ainda que limitado em conteúdo, oferece densidade, desafios e muita personalidade. A ausência de diálogos, o peso do silêncio, o mundo decadente e o combate estratégico constroem um jogo que parece ter alma, algo cada vez mais raro.

Talvez essa seja a maior surpresa de Shadow Labyrinth — ele não tenta ser igual ou mais do que outros, ele caminha profundamente em sua própria linha de desenvolvimento com firmeza, como alguém que sabe que a verdadeira força vem de dentro.

No fim das contas, a pergunta que fica não é se você está pronto para o desafio, mas se você é digno de ser o Swordsman No.8.


Para mais informações, siga nossas Redes Sociais ou visite o Site Oficial de Shadow Labyrinth!

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